quinta-feira, 29 de maio de 2008

Miojo com marmelada


Eu adoro ler pingue-pongues, raios-x, essas entrevistinhas que algumas revistas publicam. Sempre gostei. E confesso que quando a revista Época, por exemplo, publica aquela seção “Palavra Final”, fico imaginando quais seriam as minhas respostas. Meio de segunda isso, né? Mas como sou uma garota de segunda de primeira, muito bem resolvida, por sinal, não tenho problema nenhum em admitir questões relacionadas ao meu lado B. Pois bem, ontem a Rô me convidou pra participar de um “quiz” que ela publica todas as quintas-feiras no seu blog Miojo. A-D-O-R-E-I. Tem gente que pode pensar que é marmelada... Um amigo, por exemplo, disse que estamos praticando nepotismo aqui no Garotas. Porque eu comento os posts da Rô, e vice-e-versa. Mas é que também somos leitoras uma da outra, entende? Ou seja, se a seção de comentários é para todos os leitores, por que não pode servir pra gente também? Não tem lógica, concorda? Bom, mas voltando à vaca fria, quem quiser participar dessa seção no Miojo pode escrever pra Rô. A única exigência é morar só. Só.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Paquera de segunda


Dia desses, tentando consolar um amigo muito querido que sofria de dor-de-cotovelo – essa coisa péssima e horrorosa que todo mundo já experimentou um dia -, diante da incapacidade de encontrar respostas para questões complexas e quase existenciais como “por que estou sozinho?”, “por que as mulheres são assim” e coisa e tal, resolvi apelar: “fulano, já que você está indo pra Europa, por que não aproveita e arruma uma moçoila bem maravilhosa por lá?” Afinal, usei como premissa a frase de segunda que vi certa vez na camiseta de alguém na rua, “Dinheiro não traz felicidade, mas ajuda a sofrer em Paris”. Pois bem, domingo ele voltou da chiquetérrima viagem, e eu fui logo perguntando se tinha arrumado algum amor internacional. “Bem, amor-amor não, mas rolou uma coisa meio platônica... Quando estava no Museu do Orsay, em Paris, e vi o quadro ‘O almoço sobre a erva’ (Le déjeuner sur l'herbe), de Édouard Manet (esse da foto acima), não conseguia tirar os olhos da moça pelada. Ela, por sua vez, também não parava de me olhar um segundo sequer. Mesmo percorrendo o museu, toda hora nossos olhares se cruzavam”. Depois de muitas gargalhadas, ele argumentou: “Paloma, essa coisa de trocar olhares e paquerar é tipicamente brasileira. Na Europa e nos Estados Unidos, por exemplo, isso não existe, não rola, não funciona”. Então caiu a ficha: meu conselho de procurar uma moçoila européia foi super de segunda, pois lá dá pra trocar olhares, no máximo, com as musas das obras de arte! Que mico pra essa psicóloga-de-botequim que vos fala, e que chato para as pessoas que estão solteiras, como meu amigo, né? Bom, mas olhemos o lado bom da coisa: pelo menos o flerte não foi com a Monalisa. Porque ela definitivamente não tem nada de sexy - ao contrário, no entanto, da peladona aí da imagem...
PS. Solteiras de plantão, esse recado é especialmente para vocês: meu amigo é de primeira - bonito, inteligente, sensível, educado e está solto, soltinho na praça... Depois não venham dizer que não avisei, hein?

terça-feira, 27 de maio de 2008

Lembra do batom verde?


Foi lá pelos anos 80 que ele pintou por aqui. O batom verde, made in China, direto do Paraguay. "Não sai nem beijando", diziam minhas amigas. E lá fomos todas fazer o teste. O batom verde é mesmo mágico: fica pink na boca, e não sai nem beijando nem comendo nem nada. É uma praga. Você passa de noite e acorda de batom. O tempo passou e eu nunca mais tinha visto o batonzinho de embalagem verde, com umas borboletas douradas em alto relevo na tampa. Outro dia, com a Anita, minha filhota que adora um gloss, voltei no tempo: na Drogaria Saúde, em Paraty, vende-se o legítimo batom verde, a R$ 2,30. E agora, com a moda do batom opaco (não-pastoso), virou artigo de primeira na minha nécessaire. No último final de semana descobri até um novo lançamento da linha: o batom azul, idem, só que deixa a boca cereja! Eu e Anita testamos e aprovamos. Onde vende? Certamente na 25 de março ou nas lojinhas da Liberdade. Alguém mais se lembra desse batom maluco? Ou sou só eu?

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Sem medo do Tio Sam


Depois de passar pelo perrengue de não conseguir expressar tudo o que gostaria ao casal americano que conheci na semana retrasada - vide post Lost in Translation (on the divan) -, recebi uma ótima dica de uma amiga de primeira, bastante preocupada com meu bem-estar na hora de encarar o inglês: o curso "The book is on the table". Magnífico, ainda mais pra quem adooooora expressões populares, como eu! Por isso, faço questão absoluta de dividir com vocês esse método super de segunda!

CURSO 'THE BOOK IS ON THE TABLE'

Na iminência do Brasil sediar a Copa de 2014, muitos turistas de diversos locais do mundo estarão aqui. Sendo assim, torna-se imprescindível o aprendizado de outros idiomas (em particular o inglês) para uma melhor comunicação com os gringos! Pensando em auxiliar os brasileiros, foi formulada uma solução prática e rápida. Senhoras e senhores, chegou o sensacional e insuperável curso 'The Book is on the Table', com "n" possibilidades! Veja como é fácil!

a.) Is we in the tape! = É nóis na fita!

b.) Tea with me that I book your face = Chá comigo que eu livro sua cara.

c.) I am more I = Eu sou mais eu.

d.) Do you want a good-good? = Você quer um bom-bom?

e.) Not even come that it doesn't have! = Nem vem que não tem!

f.) She is full of nine o'clock= Ela é cheia de nove horas.

g.) I am completely bald of knowing it = To careca de saber.

h.) Oh! I burned my movie! = Oh! Queimei meu filme!

i.) Go catch little coconuts! = Vai catar coquinho!

j.) If you run, the beast catches, if you stay the beast eats! = Se correr, o bicho pega, se ficar o bicho come!

k.) Before afternoon than never = Antes tarde do que nunca.

l.) Take out the little horse from the rain = Tire o cavalinho da chuva.

m.) The cow went to the swamp! = A vaca foi pro brejo!

n.) To give one of John the Armless = Dar uma de João-sem-Braço.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Palhaçada sem nenhuma graça (parte 2)


Uma pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo aponta que 87% dos brasileiros admite que há discriminação racial no País, no entanto apenas 4% da população se considera racista. A questão é: como pode haver ainda, em pleno século XXI, tanto racismo no Brasil, se quase ninguém se considera racista? Como? Para existir, um precisa do outro, é óbvio. Mas o discurso do “politicamente correto” parece tentar encobrir esse grande absurdo (tão arraigado e incrustado quanto atrasado e hostil) que é o preconceito racial AINDA PRESENTE NA CULTURA DA SOCIEDADE BRASILEIRA – em outras palavras, em todos nós. Por que falo tudo isso aqui, agora? Simplesmente porque a minha amiga do post aí embaixo é negra. Eu, teoricamente “branquinha”, não passei pelo constrangimento de ter que abrir a bolsa e provar que não havia furtado nada. Eu não – e olhe que nem o comprovante fiscal tinha, pois pedi pra própria moça do caixa jogar o papel fora (tenho esse péssimo hábito). Mas ela, minha amiga negra, teve que mostrar seu cupom e suas coisas. Provar sua dignidade depois de ser injustamente acusada e veladamente humilhada. Talvez por isso tenha sido tão firme e decidida em levar o caso adiante, procurando o departamento da Polícia Civil que cuida desse tipo de constrangimento, sem medo da burocracia e da demora que ela sabia que enfrentaria – ou melhor, enfrentaríamos, já que estávamos juntas, nas compras e na indignação. Resultado: tomamos um amargo chá de cadeira de quatro, QUATRO horas para prestar queixa. Por pouco não deixamos para “amanhã”, ou quem sabe nunca, mas fomos até o fim, unidas. Saímos exaustas, e logo cada uma seguiu para sua casa: eu, dolorida por tudo o que presenciei; ela, dolorida por tudo o que sentiu – e certamente ainda sente.

Palhaçada sem nenhuma graça (parte 1)


20 de maio de 2008, duas e pouco da tarde. Eu e uma amiga de primeira, depois de um almoço de segunda no centrão de São Paulo, decidimos fazer um pit-stop – como de costume – numa loja de cosméticos para comprar coisas de mulherzinha, como cremes e fivelas. Pagamos, saímos e de repente, já na rua, fomos surpreendidas por um dos seguranças do local literalmente puxando a bolsa de minha amiga, dizendo que queria ver a sacola com os produtos e o comprovante do pagamento da compra. Indignadas, perguntamos o que estava acontecendo, e ele simplesmente repetiu que gostaria de conferir a bolsa dela (vale ressaltar: estávamos no meio da rua, às vistas de todas as pessoas que passavam – e eram muitas, afinal era centrão de São Paulo, como já disse). Depois de uma rápida discussão, e sem atender ao pedido grosseiro e descabido do tal funcionário, voltamos à loja e exigimos falar com a gerente da loja. Nisso, outros dois seguranças também se juntaram ao "circo dos horrores", e todos passaram a insinuar que, sim, algum produto havia sido furtado por minha amiga. Ela, muito nervosa, disse que poderia mostrar suas compras, mas sairia dali direto pra Polícia, prestar queixa contra o estabelecimento. Ninguém se importou, ela tirou a sacola com os cremes e mostrou o cupom fiscal. NÃO SATISFEITOS COM ISSO, os seguranças continuaram a insinuar que havia OUTRO produto, solto na bolsa. OUTRO. A essa altura, senti meu rosto esquentar de raiva, e percebi que a expressão de minha amiga era de um misto de ódio, tristeza e revolta. Suas mãos tremiam. Sua dor doeu em mim. Ela, então, abriu toda a bolsa, e o maravilhoso funcionário apontou: “É isso, é isso”. A pergunta é: o que era o tal “isso”, que o cidadão grosseiro apontava? Bem, o “isso” era a caixinha de óculos de sol que ela guardou depois de dispensar o acessório, visto que não seria de grande utilidade dentro de um espaço fechado. Isso era “o isso”. Palmas pra ele, segurança perspicaz!

terça-feira, 20 de maio de 2008

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Papo de bêbado não vale


Um bêbado caiu de pára-quedas na minha mesa. Foi no bar Filial, lotado como sempre, uma noite dessas. Éramos dois casais e uma amiga, quando lá pelas tantas o baixinho quarentão, barba grisalha, jeans e jaqueta branca, puxou a cadeira, sentou e disse: "Preciso de um conselho. Estou apaixonado por uma menina de 22 anos...". Silêncio no tribunal. Marina, a amiga, olhava o sujeito de canto, na linha "que cara sem noção!". Íris e Afonso ficaram na deles, pagando para ver. Mauricio, meu partner, resolveu botar pilha no bêbado: "Você faz o quê da vida, além de sentar na mesa de quem não conhece?", perguntou. Ele respondeu que era cineasta e tal, e eu emendei: "Por que escolheu justamente a nossa mesa?". "Boa pergunta!", ele se animou, como um palestrante de auto-ajuda. E, correndo os olhos pelos integrantes da mesa, em sentido horário, apontou primeiro a Marina: "Escolhi essa mesa porque ela tem uma cara inteligente", depois a Iris, "Porque ela tem uma cara inteligente", e depois o Afonso, "Porque ele tem uma cara inteligente", até chegar a mim: "... E porque ela tem uma cara 'razoavelmente' inteligente..." A mesa veio abaixo! Logo eu, que fiz a melhor pergunta! Bom, para resumir a ópera, ele ainda choramingou um tempo pela tal garota de 22 anos, que teria dito a ele que não quer se envolver porque "sempre esteve no controle", e com ele havia perdido o controle dos sentimentos (que desculpa furada!), enquanto Marina insistia que éramos todos membros da Igreja Universal do Reino de Deus, para ver se o bêbado debandava. Até que Afonso saiu de fininho e voltou com Joaquim, o garçom. Na maior calma do mundo, como se fizesse isso diariamente, Joaquim pegou a mochila do bêbado (ele tinha uma mochila!), e depois o bêbado, pelo braço. O mais engraçado é que ele acompanhou Joaquim, resignado, como um garotinho que pega sua mochila porque a perua da escola chegou para buscá-lo. E eu, ao contrário da minha colega Paloma, que se diz "psicóloga de botequim de segunda", vi que não tenho talento para a coisa. Papo de bêbado é sempre de quinta, mas vale umas risadas de primeira. Em tempo: no cardápio de carnes de segunda do Filial, tem "moelada" com fritas. Alguém se habilita?

A pergunta que não quer calar


Por que raios a segunda-feira está associada à Lei de Murphy? Por que, meu Deus, por que?

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Lost in translation (on the divan)


Que sou eu sem as palavras? Nada. Hoje acordei pensando sobre a importância da linguagem; de uma comunicação de primeira. Porque ontem vivi algo diferente: fui sozinha a um jantar com um casal extremamente simpático e amável, mas que não falava uma palavra sequer em português. Meu inglês ‘is getting better all the time’, visto que tenho praticado todos os dias, já há alguns meses, mas confesso que me sinto como uma criança pequena e desprotegida quando me pego incapaz de explicar ou expressar algo que estou sentindo, ou pensando. Perco o chão. Porque a realidade é uma só: é preciso tempo, e tempo considerável, pra se obter um vocabulário vasto, que permita conversas mais profundas. E para uma psicóloga-de-botequim de segunda como eu, por exemplo, é a morte não conseguir discutir sobre temas complexos e existenciais, ainda mais quando uma das partes envolvidas na conversa – no caso, o homem desse doce casal – é nada mais, nada menos do que um renomadíssimo psicanalista. Em diversos momentos, me senti ignorante, como se estivesse dizendo “nóis vai, nóis vorta”, assassinando o inglês – e justo eu, que tanto tenho carinho pelas palavras! Que tanto penso para escolher cada termo, cada expressão na hora de escrever ou mesmo de falar na minha língua materna! Depois dessa experiência, concluí que o orgulho definitivamente não cabe quando nos aventuramos por outros idiomas e culturas. É preciso muita humildade e – por que não? – uma boa dose de senso de humor. Porque gafes como “the guy was inside me”, quando você quer dizer que o cara estava do seu lado, ou seja, BESIDE YOU, são, no mínimo, hilárias. Anyway, ambos devem ter dado boas gargalhadas depois do jantar. Eu também dei, sozinha, na cama.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Para os fanfarrões de plantão


Cobiça, inveja e gula. Três pecados capitais que me atormentam todas as vezes em que visto aquela roupitcha básica para malhar e sigo rumo ao “paraíso dos marombados”. Isso porque no meio do caminho tem uma pedra: o botequinho charmoso e aconchegante chamado Cortás Pastéis & Espetos. Enquanto tento manter o foco nas esteiras, ergométricas e halteres, eis que uma galerinha simpática vibra de alegria com copos cheios de cerveja gelada e se delicia com os petiscos do local. Todo santo dia. “Eles engordam, eu emagreço”, penso, com ar de vingança. Mas a verdade é que aquele lugar realmente me desconcentra antes da academia. Por este motivo, dia desses resolvi entrar, sozinha mesmo. Logo de cara, me deparei com uma matéria de jornal estampada na parede: “Capitão Fábio abre boteco em Perdizes”. Coméquié? Pois bem, chamei o dono, Milhem Cortás, um senhor absolutamente simpático e amável, e ele me disse que sim, é pai do fanfarrão do filme Tropa de Elite. E que o ator (cujo nome é o mesmo do pai) anda com uma agenda de trabalho pra lá de lotada depois do sucesso do longa de José Padilha, mas sempre que está pela terra da garoa aparece para dar um help à família no atendimento ao público. Foi o próprio, aliás, que criou e escreveu na mini-lousa pendurada em cima do balcão slogans como “A jóia da culinária mineira” e “Coisas de vó” (sendo que este último se refere aos salgados preparados especialmente por sua avó de 93 anos). Fora isso, o boteco também oferece uma enorme variedade de pastéis e espetos, como carne, frango, lingüiça, queijo coalho e coração, além de cervejas e cachaças de alambique, tudo a preços honestos - e o que é melhor: de segunda a segunda. Quer lugar mais de primeira? Agora sim entendo porque a galerinha está lá vibrando todo santo dia, batendo cartão: porque definitivamente ninguém deve pedir pra sair.
CORTÁS PASTÉIS & ESPETOS
Rua Professor Alfonso Bovero, 584, Perdizes - São Paulo/SP
Telefone: (11) 3676-0054

terça-feira, 13 de maio de 2008

Conceiçããããão!



Só numa segunda-feira, em São Paulo, para você ir ao lançamento de um filme pornô e acabar vendo um show do Cauby Peixoto. Aconteceu ontem comigo, no bar Brahma. Fui fazer um contato com o pessoal da produtora pornô Brasileirinhas (não, eu não vou entrar para o ramo. Era para uma reportagem, tá?) que estava lançando o filme "Pecados e Tentações", com a atriz-ex-certinha-ex-global Leila Lopes. Bom, o lugar estava bem bas fond. Basicamente homens interessados no telão que exibiria algumas cenas do filme, que aliás é de época. Mesmo acompanhada do maridón, não me animei a ficar. E no salão principal estava para rolar o show do Cauby Peixoto, que se apresenta toda segunda no clássico bar da av. São João. Já que estava ali, não ia perder o Cauby! Fiz meu contato com as porno girls e me joguei no salão lotado! Consegui, graças a uma recepcionista simpática chamada Eliane, uma mesinha atrás da coluna. E lá vem ele, peruca ruiva, camisa furtacor, broche de strass no colarinho, caminhando pelo salão, entre seguranças, cantando "Cry me a River". Depois, sentado numa poltrona, ele canta os clássicos todos -de "Conceição" a "Camarim" (aquela que diz: "Chorei, Chorei, até ficar com dó de mim...") --e o público vai ao delírio. Para completar a noite, ainda dividimos a mesa com minha amiga mais famosa, a Isolda, autora de grandes sucessos do Rei. Ao saber que Isolda estava na platéia, Cauby mandou um beijo e tentou cantar: "Você foi, o maior dos meus casos...", mas disse que não se lembrava da letra. Como não se lembrou de outras, mas tudo bem, para alguém que lê sem óculos e canta daquele tanto com mais de 80. Eu já me prometi levar minha mãe para assistir numa outra noite. Programa divertidíssimo para uma segunda-feira que não prometia nada. O melhor foi vê-lo cantar, a muitos pedidos, o "Bolero de Satã", gravado por Elis Regina, que eu não conhecia. Valeu a noite. Fala sério, essa minha segunda foi para voltar ao blog em grande estilo! Sintam só a letra do bolerão:

Bolero de Satã
Guinga/Paulo César Pinheiro

Você penetrou como o sol da manhã/E em nós começou uma festa pagã/Você libertou em você a infernal cortesã/E em mim despertou esse amor/Atormentado e mal de Satã/Você me deixou como o fim da manhã/E em mim começou essa angústia, esse afã/Você me plantou a paixão imortal e mal sã/Que me enraizou e será meu maldito final amanhã/E agora me aperta a aflição/De chorar louco e só de manhã/É a seta do arco da noite/Sangrando-me agora/São lágrimas, sangue, veneno/Correndo no meu coração/Formando-me dentro esse pântano de solidão

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Depois da tempestade, eis que vem a bonança...


"Pensou que eu não vinha mais, pensou / Cansou de esperar por mim / Acenda o refletor / Apure o tamborim / Aqui é o meu lugar / Eu vim". (De volta ao samba, Chico Buarque, 1993)

(Tudo bem, eu admito: este blog está pra lá de segunda! Duas semanas de puro silêncio? Ninguém merece, eu sei. Uma vergonha. Um absurdo. Sem perdões. Mas só pra dar uma desculpinha elegante, eu e minha parceira andamos imersas em mares profundos de trabalho, cheio de ondas revoltosas. Porém, não esquecemos que somos duas garotas de segunda. Isso, jamais! Então, estamos de volta ao samba. Um pouco tímidas, confesso, mas muito, muito saudosas).