quarta-feira, 21 de maio de 2008

Palhaçada sem nenhuma graça (parte 1)


20 de maio de 2008, duas e pouco da tarde. Eu e uma amiga de primeira, depois de um almoço de segunda no centrão de São Paulo, decidimos fazer um pit-stop – como de costume – numa loja de cosméticos para comprar coisas de mulherzinha, como cremes e fivelas. Pagamos, saímos e de repente, já na rua, fomos surpreendidas por um dos seguranças do local literalmente puxando a bolsa de minha amiga, dizendo que queria ver a sacola com os produtos e o comprovante do pagamento da compra. Indignadas, perguntamos o que estava acontecendo, e ele simplesmente repetiu que gostaria de conferir a bolsa dela (vale ressaltar: estávamos no meio da rua, às vistas de todas as pessoas que passavam – e eram muitas, afinal era centrão de São Paulo, como já disse). Depois de uma rápida discussão, e sem atender ao pedido grosseiro e descabido do tal funcionário, voltamos à loja e exigimos falar com a gerente da loja. Nisso, outros dois seguranças também se juntaram ao "circo dos horrores", e todos passaram a insinuar que, sim, algum produto havia sido furtado por minha amiga. Ela, muito nervosa, disse que poderia mostrar suas compras, mas sairia dali direto pra Polícia, prestar queixa contra o estabelecimento. Ninguém se importou, ela tirou a sacola com os cremes e mostrou o cupom fiscal. NÃO SATISFEITOS COM ISSO, os seguranças continuaram a insinuar que havia OUTRO produto, solto na bolsa. OUTRO. A essa altura, senti meu rosto esquentar de raiva, e percebi que a expressão de minha amiga era de um misto de ódio, tristeza e revolta. Suas mãos tremiam. Sua dor doeu em mim. Ela, então, abriu toda a bolsa, e o maravilhoso funcionário apontou: “É isso, é isso”. A pergunta é: o que era o tal “isso”, que o cidadão grosseiro apontava? Bem, o “isso” era a caixinha de óculos de sol que ela guardou depois de dispensar o acessório, visto que não seria de grande utilidade dentro de um espaço fechado. Isso era “o isso”. Palmas pra ele, segurança perspicaz!

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