segunda-feira, 28 de abril de 2008

Cuba, México e Sereias


Segunda-feira passada eu estava em Varadero, Cuba. Sol a pino e mar turquesa. Era feriado no Brasil, uma segunda feliz, pensei. Já hoje estou a mil, organizando as informações para a reportagem que fui fazer para a Marie Claire. Por isso andei ausente do blog. Entre outras coisas, os cubanos ainda não podem ter internet. No hotel eu tinha acesso, mas não sobrava tempo nem (muito!) dinheiro para postar. Quero contar sobre Cuba, um país onde quase tudo é de segunda, e as pessoas são de primeira! Enquanto isso, fica aqui um vídeo de uma cantora mexicana que eu amo, a Lila Downs, cantando o bolero "Naila". Achei ontem no Youtube e adorei mais ainda porque começa falando das sereias, outro assunto que me gusta mucho. Então, fiquem com a Lila e logo mais conto sobre Cuba. Besitos! Ah, me digam depois o que acham da Lila.

Procura-se psicanalistas que atendam aos domingos (período noturno)


Uma ótima dica do Adão Iturrusgarai para amenizar um dos sintomas mais brabos e desconcertantes dessa moléstia terrível, nojenta e cruel que é a TPS.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Meu pé esquerdo


Não, dessa vez não se trata de sossego ou de pernas pro ar, nada disso. Esse pé da foto é meu mesmo, que ultimamente tem me dado grandes dores-de-cabeça. Um pé de segunda, esse esquerdo. Virou moda: de tempos em tempos, algum nervo danado sai do lugar. Sem torções, sem quedas, sem nada. Tipo "pirilimpimpim", sabe? Puf, e o pé pifa. Depois de passar o feriado indignada, tentando entender o que se passa com o 'cidadão', fui a um super massagista-fisioterapeuta-quase-guru. Após alguns "crocs" por parte dele e muitos "aiiiiiiiis" por minha, sabe o que ouvi? "É estresse e baixa imunidade". Gente, que o corpo fala eu até sabia, mas que os nervos enervam, isso é novidade - e de primeira! Sim, afinal se a premissa é "quanto mais desculpas, melhor", maravilha: tenho mais uma na manga, e posso usá-la numa crise absoluta de TPS. "Alô, chefe? Infelizmente não poderei ir trabalhar nesta segunda. Meu pé está estressado, necessita de sombra e água fresca. Realmente precisa descansar, então vou para a praia. Aliás, chefe, acho até melhor folgar toda a seman...". Tututu.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Hasta la vuelta, Rô!


Só um recadinho geral: minha parceira Rosane anda meio sumida do Garotas de Segunda porque está fazendo uma viagem super de primeira à Cuba. Semana que vem ela estará de volta, certamente cheia de novidades sobre a terra dos 'Fidéis'.

(Agora um recadinho pessoal, com licença: amiga, por favor, tome muitos mojitos por mim!)

Quem dança e canta, seus males espanta


Parece sina: todas as vezes em que temos um feriado prolongado pela frente, a semana que antecede os merecidos dias de descanso ganha ares de caos absoluto. Em outras palavras, se normalmente você trabalha “x”, certamente na semana pré-pausa você trabalhará “4x”. Lei de Murphy, basicamente. Pra deixar todo mundo bem cansado, bem esgotado ou, em bom português, bem podre mesmo. Porém, para a possível decepção dos chefes e demais manda-chuvas, nós, proletariados/peões, temos táticas infalíveis para “desestressar”, recarregar as baterias e curtir ao máximo nossos dias de ócio criativo – sobretudo quando envolvem uma segunda-feira. As minhas são basicamente duas: dançar e cantar. A primeira você pode fazer em casa mesmo, sozinho. Basta ligar o som, escolher um cd pra lá de animado e botar pra quebrar (dica da autora: experimente fazer isso enquanto presenteia seu espaço com uma faxina geral, afinal depois de uma semana de ralação, você certamente não teve tempo de sequer lavar a louça). A outra você pode fazer no chuveiro, para deleite dos vizinhos – ou, melhor ainda, indo a um karaokê. O bairro da Liberdade, em São Paulo, por exemplo, possui casas interessantes, onde você pode soltar seu lado Bill Murray (vide o maravilhoso e insuperável filme Lost in Translation – ou "Encontros e Desencontros", se preferir). Porque o microfone nas mãos faz toda a diferença, mesmo que o cantor seja bem de segunda (como eu). E você, o que faz para esquecer uma semana de quinta e se preparar para um feriado de primeira?

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Xô cólicas, arrepios e afins...


Afinal, domingo ninguém vai sofrer com os sintomas da TPS! Isso não é o máximo?

terça-feira, 15 de abril de 2008

Libere o espírito de porco que há em você


Descobri hoje que conversa de botequim pode render muito mais do que boas risadas com pessoas queridas. Pode revelar um dom – que não é a técnica apurada do “levantamento de copo”, não senhor. Fabiana Brogliato, irmã de uma amiga do peito, aprendeu a fazer sua primeira dobradura numa mesa de bar, e hoje, cinco anos depois, é uma origamista de primeiríssima linha. Em entrevista do Garotas de Segunda, por e-mail (já que vive na cidade arretada de Salvador-BA), ela conta que o trabalho, a seu ver, é absolutamente terapêutico, já que “você vira suas mãos por um tempo, e se não houver uma boa comunicação entre elas e o papel, ele amassa, rasga...”, explica. Certa vez, a danada aprendeu a fazer gafanhotos com folhas de coqueiro, e criou o hábito de confeccioná-los durante seus trajetos de ônibus pela cidade. Como ficavam muito parecidos com o bichinho real, deixava-os na janela ou sobre o assento, para depois observar a reação do próximo passageiro que sentasse. Ainda bem que não era barata, senão seria uma brincadeira de quinta – quer dizer, sendo bem sincera, confesso que virei fã do trabalho tão lindo e primoroso da Fabi, mas o que me deixou excitada mesmo foi justamente essa possibilidade de poder explorar mais nosso lado “espírito de porco”. Sim, afinal o origami pode ser um ótimo aliado num momento de estresse profundo - tipo quando peguei aquela motorista de segunda, numa segunda (vide post TPS + TPM = PERIGO). Durante a viagem, eu poderia ter feito uma aranha bem real, ficando zen e tranqüila, para depois jogá-la no cabelo da louca. Mais terapêutico, impossível. Para conhecer mais o trabalho da super Fabiana e se encantar com tantas cores e formas, visite o blog Dobras e Desdobras. Ah, só mais uma coisa: a moça aceita encomendas, viu?

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Na quitanda do Quintana



O pior da segunda-feira é que a gente sempre chega atrasado:
"Meu Deus! Como é que eu fui perder a primeira-feira?"
Mario Quintana


ps: Do livro "Para Viver com Poesia" (ed. Globo), organizado por Márcio Vassalo.

Segunda sem feira


Não sou uma dona-de-casa exemplar, admito. Talvez por isso nunca tenha prestado muita atenção que segunda-feira não é dia de comprar frutas, verduras e legumes fresquinhos. Isso porque nenhuma das 928 feiras-livres da Capital funcionam no primeiro dia útil (ou seria inútil?) da semana. Você sabia disso? Eu não. Quem me cantou a bola foi um amigo, a quem aproveito para agradecer pela idéia (nós, Garotas de Segunda, adoramos receber sugestões de primeira!). Pois bem, intrigada com essa nova informação, procurei alguém que pudesse me explicar o motivo que leva os feirantes da cidade a folgarem às segundas-feiras (sortudos! Não sofrem de TPS!). E a explicação, de acordo com Beto Graziano, supervisor geral de Abastecimento de São Paulo, é simples: a alface que compramos na feira perto de nossas casas na terça, por exemplo, é colhida na tarde de segunda. E tanto os atacadistas do Ceasa quanto os agricultores não trabalham aos domingos (afinal, também são filhos de Deus, né?). Resultado: a segunda fica sem feira. E isso não ocorre só aqui em São Paulo não, mas no Brasil inteiro. “Não é por acaso que, quando você vai ao supermercado na segunda pela manhã, geralmente só encontra verduras e legumes feios, judiados. Eles foram colhidos no sábado”, diz Beto. O negócio, então, é deixar as compras saudáveis pra outro dia da semana. E se contentar com o "osso-duro-de-roer", pepinos e abacaxis da segunda mesmo. Só cuidado para não engasgar!

sexta-feira, 11 de abril de 2008

E viva o bom e velho miojo!


Dia desses, em uma mesa de boteco qualquer, comentei com a Rô e com mais dois outros amigos de primeira que todas as noites, antes de me deitar, deixo a cafeteira de minha casa estrategicamente “a postos”, com água e pó, para, na manhã seguinte, me dar ao trabalho de apenas apertar o botãozinho e rapidamente poder degustar uma maravilhosa e indispensável xícara de café preto. Afinal, não abro mão da primeira refeição do dia, mesmo que esteja absolutamente atrasada (o que não é nem um pouco raro), mas como dorminhoca convicta e incorrigível, morro de preguiça de sair da cama com tempo suficiente para fazer o que quer que seja. Hoje, logo que o barulhinho do café sendo coado começou a ecoar (!!!), pensei com meus botões que morar sozinha é como tudo nessa vida: tem um lado bom, e outro ruim. Nos dias em que recebo algum hóspede querido em minha casa, como pais, namorado ou amigos, adoro levantar mais cedo para preparar uma linda mesa de café-da-manhã, com frutinhas, pão, queijo branco e, de preferência, flores para alegrar o ambiente – tudo de primeira! Mas quando estou sozinha, o que não é nada raro, não sinto a menor vontade de fazer essas coisas. Como andando pra lá e pra cá, checando e-mails, fazendo telefonemas e deixando de curtir esse momento tão especial do dia, que é o despertar. Me restrinjo, sei lá por qual motivo exatamente, a ter esse prazer somente quando tenho companhia. É por essas e outras que morar só é um tema rico e interessante como poucos, explorado com maestria pela minha parceira Rosane em sua “carreira-solo”, o blog Miojo - Dores e Delícias de Morar Sozinha. Entra lá, é mais fácil e rápido do que preparar um Lámen daqueles caprichados – e tão saboroso quanto!

O cúmulo da pressa

Não sou de ficar contando gracinhas da minha filha. Procuro ter semancol. Mas a última da Anita é irresistível. Deitada em berço esplêndido no sofá vermelho, assistindo ao Discovery Kids, ela grita:

- Mamãe, me traz um suco! Vou contar até 1!...

Adorei. Quando estou com pressa, agora, digo: "Anda logo, vou contar até 1, hein?"

Beijos, "pé na bunda, até segunda!"

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Molho de acém da Silândia


Não existe carne de segunda e sim carne mal feita. Até um filé mignon do Bassi pode ficar intragável com o preparo equivocado, enquanto uma bela peça de acém pode render um molho suculento e saboroso, se cair em mãos de fada. A tese, que promete revolucionar o mercado das carnes de segunda, surgiu numa conversa informal com Maria Pasquatti, uma empresária-dona-de-casa-mãe-de-dois-meninos, com quem eu e Paloma dividimos a mesa num jantar de primeiríssima, no restaurante Chakras, em Sampa. Ali, naquele restô descolado, engatamos um papo de segunda dos mais divertidos, e Maria me prometeu a receita do molho de acém da Silândia, sua empregada e "supercook". Adorei a idéia do molho e o nome da moça! Então, lá vai, em primeira mão, para o Garotas de Segunda, a dica da chef Silândia:

Molho de acém da Silândia

Ingredientes:

1 kg de acém em cubos
4 cebolas picadas
2 colheres de açúcar
½ cabeça de alho
5 tomates sem pele e sem semente
3 caldos de carne
2 folhas de louro
3 copos de vinho tinto
3 latas de molho de tomate Elefante
3 latas de molho de tomate Elefante TEMPERADO
6 medidas de água na latinha do molho de tomate

Preparo:
Refogar o alho e a cebola no azeite (à vontade), colocar a carne em cubos e deixar fritar bem. Depois colocar em OUTRA panela grande com os demais ingredientes. O molho estará pronto quando a carne estiver "desmanchando". Deixar no fogo baixo por aproximadamente 3 a 4 horas.
Dica da Maria: "Como esse molho rende bastante, você pode congelar. Fica delicioso com massas, panquecas, etc, etc".

terça-feira, 8 de abril de 2008

Mais uma dose de City Bar


Com intuito de unir o útil ao agradável, já que o título do post abaixo pode ter soado um pouco exagerado para aqueles que não batem carteirinha no City Bar, cá estou novamente, dessa vez para me explicar. É, me empolguei mesmo, afinal, como certa vez disse o querido Fabinho (garçom super popular do boteco), “Paloma praticamente cresceu no City”. E ele tem razão. Sou cliente fiel desde os idos tempos do cursinho, e só não apareço mais com tanta freqüência por uma simples questão geográfica. Portanto, falar dele, na minha modesta opinião, é sempre de primeira. Bem, nostalgismos à parte, a história é a seguinte: o slogan do bar (e isso está mesmo impresso em um dos anúncios luminosos) é “o melhor bolinho de bacalhau do mundo”. Mais coerente, impossível. Já ousei desafiar algumas pessoas a me mostrarem coisa parecida (ou melhor, já que tudo é possível nessa vida), mas foi em vão. Nada como ele, nem de longe. Conversando com “seo” Zé hoje, pela manhã, perguntei qual é o segredo dessa iguaria tão divina. “O produto e a confecção. A primeira parte cabe a mim, que escolho desde o bacalhau até os temperos, tudo de primeiríssima qualidade. Já a segunda é de responsabilidade da minha esposa, uma portuguesa autêntica”. Em outras palavras, pode tirar o cavalinho da chuva: preparar coisa desse “naipe” em casa é impossível. O sucesso do quitute é fruto único e exclusivo da química do casal. Talvez por isso, depois de falar sobre o bolinho, o Portuga tenha filosofado um pouco sobre casamentos e afins, e na seqüência soltado a frase “casamento é ótimo, mas também é negócio”. Apesar de me soar bem de quinta, no caso específico do City Bar ela realmente faz todo o sentido...

O melhor banheiro do mundo


Novidade de primeira para quem mora em Campinas: o City Bar – ou City Lar, para os íntimos – passa por uma reforma pra lá de completa. É isso mesmo! O boteco mais tradicional da cidade das andorinhas vai ganhar não só cara nova, como também banheiros completamente repaginados, com direito a piso de mármore e azulejos cor-de-rosa! De acordo com José dos Santos Antônio, proprietário do local, as obras começaram no dia 31 de março e estão previstas para serem concluídas até a próxima sexta-feira. “A idéia é reabrir as portas no sábado às seis da manhã, com tudo nos trinques”, disse, com empolgação, o simpático português em entrevista, por telefone, ao Garotas de Segunda. Quem, como eu, considera o City praticamente “um lar” (daí o apelido), deve estar soltando rojões. Porque ninguém merecia aquele banheiro de quinta. “Infelizmente não poderei aumentar o espaço físico, mas posso garantir que ele ficará um chuchuzinho”. Trocando em miúdos, as filas na hora do aperto continuarão, porém nós, mulheres, saberemos que pelo menos encontraremos um banheiro digno para o necessário xixi a cada 30 minutos! Ah, e tradicionalistas, não se preocupem: questionado sobre a possível perda de identidade do local após a reforma, “seo” Zé é categórico: “enquanto eu for dono do City Bar, garanto que ele jamais perderá as características de boteco”. Ufa! A gente agradece, Portuga! De coração!
CITY BAR
Avenida Júlio de Mesquita, 450 - Cambuí - Campinas/SP
Telefone: (19) 3252-5296

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Hoje, só amanhã


Essa é boa: em Aquiraz, cidade de 60 mil habitantes no interior do Ceará, toda segunda-feira é feriado. Poderia ser uma notícia de primeira, se o ponto facultativo não valesse apenas para os funcionários públicos. A coisa começou há dois anos, quando a prefeita Ritelza Cabral lançou o feriado, por decreto. Assim, a prefeitura e as secretarias municipais funcionam apenas de terça a sexta. O Ministério Público alega que só pode entrar com uma ação contra o decreto se houver uma reclamação formal da população. Mas o pessoal de Aquiraz ainda não se manifestou em massa. A medida só não vale para as escolas, hospitais, segurança e... arrecadação. Sei. Arretada essa Ritelza! Quer dizer que todo mundo dá duro de segunda a sexta enquanto o pessoal da prefeitura fica no bem-bom? Assim não vale!

sexta-feira, 4 de abril de 2008

No divã (de segunda)


“Conheci um cara de segunda e fui tratada como uma rainha de primeira”, confidenciou-me uma amiga no primeiro dia de vida do Garotas de Segunda. A partir de então, como psicóloga-de-botequim de primeira (sim, pois apesar da descrição sobre a minha pessoa aí ao lado, há controvérsias sobre a eficácia de minhas reflexões doidivanas), passei a ponderar sobre nossas idealizações quando a palavra-chave é essa coisa complicada – porém deliciosa – chamada relacionamento. Filosofia barata, admito, mas existencial. Tão rica que rende muito mais do que um ou dois posts. Rende um blog inteiro, ou mais. Sem viajar demais, que sou ótima nisso, vou apenas me pautar pela conversa com minha amiga: quis saber o porquê do tal carinha ter recebido esse rótulo “de segunda”. E ela, então, o descreveu fisicamente. “Baixinho, e nunca gostei de baixinhos. Além disso, não faz o estilo descolado, que é a minha praia”. Resumindo, o cara era "coxinha", certinho. E a menina é toda estilosa, poderosa. Porém, o rapaz a tratou como uma rainha – e não qualquer rainha, mas uma rainha "de primeira"! Apesar de estar feliz com isso, ela me pareceu desapontada por não ter encontrado alguém perfeito, “exatamente do jeito que ela gostaria que um homem fosse”. Na verdade, uso essa história apenas pra mostrar que vira-e-mexe, em diversas situações, somos assim mesmo, exigentes até o talo. Mas ouso arriscar um palpite: a vida seria monótona se todas as coisas fossem exatamente como queremos. Seria chata. No fim, esse papo todo me fez lembrar de uma das propostas deste blog: mostrar que pode haver muita coisa boa atrás de uma fachada sem sal. Em outras palavras, a essência é muito, muito mais valiosa do que qualquer embalagem. Afinal é ela, e só ela, que tem o real poder de nos presentear com a verdadeira felicidade.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Quinta de quinta



Semaninha dura essa. Ontem fiquei de cama, offline, com uma gripe de primeira. E hoje tô sem assunto. Chuva, chuvisco, chuvarada. Tudo bem, a vida precisa de pausas. Aproveito então para fazer dois agradecimentos: a Cris Senna, que bolou a topo florido deste blog, que antes estava pobrinho-pobrinho, e ao Everton Ballardin, que cedeu gentilmente a minha foto (ainda não aprendi como por o crédito do ladinho da foto, me aguarde...). E tem também uma dica boa: é hoje a abertura da exposição "Cores do Sentimento", do Jack Mast, artista-plástico francês, maridón da querida amiga Isolda http://www.isolda.mus.br/, no Espaço Reserva Cultural, 900 da av. Paulista. Os quadros são lindos, como o que ilustra esse post e tem um título delicioso: "Banana Flambada au Clair de la Lune". A exposição fica o mês inteiro, dá tempo de conferir -inclusive numa segunda-feira.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Muito além do azul-calcinha


É provável que você já tenha passado por ele zilhões de vezes, sem sequer ter notado sua existência. É igualmente provável que você até tenha notado sua existência, sim, mas não tenha sentido aquela vontade súbita de entrar e pedir uma cerveja, ou uma coxinha. O Bar do Biu, em Pinheiros, à primeira vista nada mais é do que um boteco como tantos outros que a gente vê espalhados por aí, nas esquinas da vida. Mas o que nem todo mundo sabe é que, logo após o balcão – repleto de quitutes típicos de um botequim honesto – há um restaurante, onde é possível se esbaldar em delícias da cozinha nordestina. O cardápio, impresso em grandes folhas de sulfite, fica exposto em uma das paredes de cor azul-calcinha e oferece iguarias como vaquejada, baião-de-dois, sarapatéu, escondidinho, galinha caipira e uma tal de mulatinha assanhada – “carne de panela super deliciosa acompanhada de farofa de feijão de corda super saborosa”, diz a super descrição. Desde que me mudei para São Paulo, há 1 ano e meio, freqüento o Biu, e não houve um dia sequer em que não visse o proprietário, “seo” Severino Gomes da Silva, o Biu, degustar uma branquinha em uma das mesas, enquanto sua esposa e filhos preparam os pratos e servem os clientes. Em uma de nossas reuniões de segunda, apresentei o boteco para Rosane, que ficou encantada com a vaquejada – carne seca com abóbora e queijo coalho, meu prato preferido. O preço? De primeira: 15 reais. Só ficou faltando provar os picolés da marca Saint Luiger, cujos nomes são cópias de segunda de marcas mais famosas. Mas faremos isso em breve. Um Le Cône pra mim e um Tripolitano pra Rô.
Passa lá também!
BAR DO BIU
Rua Cardeal Arcoverde, 776 (esquina com Rua João Moura), Pinheiros - São Paulo/SP
Telefone: (11) 3081-6739

terça-feira, 1 de abril de 2008

Avisa lá que eu não vou


Primeiro de abril! Aproveito a data para lançar aqui uma lista de desculpas convincentes para matar a segunda-feira -esse dia de quinta, como bem disse minha colega blogueira Palomita. Se bem que ter que dar desculpa para faltar também é de quinta, mas como em muitos casos ainda se faz necessário, vamos lá. Colaborem, precisamos de novas idéias!
1 Peguei uma intoxicação de camarão! 2 Quebrou o rolamento do meu carro 3 Minha religião não permite trabalhar às segundas 4 A porta do meu quarto trancou por fora, passei a metade do dia presa, tentando chamar ajuda, só agora (cinco da tarde) consegui sair e ligar 5 Não posso ir hoje porque resolvi casar, estou no cartório. E o que mais?...

TPS + TPM = PERIGO


Às vezes a segunda-feira é tão cruel que a gente acorda no dia seguinte ainda remoendo os acontecimentos de quinta. A sensação azeda é tão latente que você nem se dá conta de que a segunda, esse maldito dia, terminou, e de que você sobreviveu, sim, a mais essa pegadinha! Tudo bem, hoje é terça, mas o fato é que acordei com aquela mulher na cabeça. Deixe-me explicar: ontem pela manhã estava na rodoviária de Campinas, tentando voltar para São Paulo, depois de ter pulado da cama às 7 da matina psicologicamente despreparada (como de costume) para encarar o trânsito lastimável da Marginal Tietê. Comprei o bilhete na Viação Cometa – que, por sinal, só faz enriquecer com minhas viagens constantes à terra natal – e desci para a plataforma com a esperança de já entrar no ônibus e me aboletar em alguma poltrona para um revigorante cochilo. Doce ilusão! Esperei 10, 15, 20 minutos... e nada do veículo das 9h30 aparecer. Quando vi o das 10h estacionar, resolvi pedir a um funcionário da companhia para trocar minha passagem – afinal, estava terrivelmente atrasada. Ele, muito simpático, disse um sonoro “sem problemas”, e eu logo me dirigi ao carro das 10, que estava prestes a partir. Eis então que me surpreendo com a novidade: o ônibus não tinha um, mas UMA motorista, sentada ao volante (fato inédito em minhas viagens no super-Halley). Antes de subir as escadinhas, estendi a mão com a passagem, explicando a troca. Ela rapidamente disse “Não, você não pode ir neste carro. Está lotado!”. Em seguida, olhei com cara de “ué” para o funcionário que tinha me concedido o maravilhoso direito de viajar no ônibus em questão. Ele se aproximou e pediu à donzela de rabo-de-cavalo que me levasse, oras, afinal diversas poltronas estavam desocupadas. Foi aí que a motorista se mostrou de segunda – ou melhor, de quinta! Arregalou os olhos e gritou “Eu não tenho a obrigação de te levar! Se o seu carro está atrasado, isso não é problema meu! Estou no meu horário”. Assim, do nada, sem motivo algum! Estarrecida, senti meu rosto esquentar ao perceber que todos os passageiros me olhavam. Quando recuperei o fôlego e resolvi sair da inércia para “partir pro pau”, falando o bom português, me dei conta de que estava num mato sem cachorro: já eram 10h15 e eu precisava, droga!, viajar o quanto antes. O funcionário intercedeu mais uma vez e pediu para que a égua – digo, a moça do rabo-de-cavalo - liberasse, de uma vez por todas, meu embarque. “Vou fazer essa gentileza, mas quero que fique claro que não tenho nenhuma obrigação de levá-la”, foi o que tive que ouvir. Minhas pernas ficaram bambas de raiva, mas permaneci calada. E finalmente entrei no ônibus – com o pé direito, morrendo de medo dessa viagem de segunda. Durante o percurso, anotei o número do veículo e pensei em fazer uma escandalosa reclamação no Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da Viação Cometa. Depois, desisti, mas tomei uma decisão machista, confesso: de agora em diante, só entro em cometas que forem conduzidos pelo sexo oposto. Porque senti na pele que a combinação TPS-TPM pode ser fatal.